sábado, 4 de junho de 2011

Em vez da sanidade escolhi a loucura
Pelo menos no início achei que assim aconteceu
Pois tenho certeza agora que foi a loucura quem me escolheu
Foi ela quem me tirou da beira do abismo
Abismo de medo e dor
Longe da luz
Mas aos poucos a loucura me trouxe luz
A luz para criar em mim algo mais estável
Me trouxe de volta à vida
Porém com novos olhos
Olhos menos mecânicos
Que me mostravam o que realmente é a realidade
Agora eu vejo os traços errôneos
Que poucos vêem
Agora eu vejo os traços escondidos
Que todos escondem.

Júnior, V. Aguiar de Lima.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Das cruzes ao pó
Às cinzas do que antes havia
Se é que havia algo
Uma simples existência
Inexistencial
Uma simples fração de vida
Se é que houve vida
Uma simples lida findada na morte
Se é que há fim.


Júnior, V. Aguiar de Lima.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A história conta tudo o que você não quer ouvir
As peças do quebra-cabeça estão todas lá
Perdidas pelo tempo numa louca dimensão
Que está esperando alguém que a decifre

Quem seria capaz de decifrar tal história?
Mil peças de prata para quem o fizer
Para aquele que montar a imagem
De tal maneira que todos possam entendê-la

Embora o prêmio seja bom, ninguém decifrará
Pois tal conhecimento sempre será inatingível 
E aos olhos humanos tudo será como sempre foi
Sempre haverá mais perguntas do que respostas

E no dia em que todas forem respondidas 
O homem saberá o que lhe aguarda
Nas linhas do destino, certo e impiedoso 
Que antes do seu nascimento já foi traçado.

Júnior, V. Aguiar de Lima.
Aos poucos as horas se tornaram dias
As unhas não pararam de crescer
E eu não conseguia parar de roê-las
Nem mesmo quando não havia mais nada para roer

A minha mente conversava comigo
Me falava que aquilo não era real, nem mesmo eu
E que as unhas iriam sim parar de crescer
Mas por enquanto teria que me acostumar

Me sentia preso em um lugar escuro
Fedendo a madeira e areia molhadas
As vezes sentia como se estivesse sob uma goteira   
Que estava ali apenas para me incomodar 

Aos poucos minha mente ia me convencendo 
De que tudo aquilo já havia passado
Me dizia que nada eu poderia estar sentido
Pois nesta vida, eu já havia sido enterrado.

Júnior, V. Aguiar de lima.
Naquele meu mundo, triste e monocromático
Conheci a vida como me foi apresentada
Deprimida e sem cores, assim era
Até o dia em que o vermelho eu conheci

Naqueles cabelos, ahh... naqueles lábios!
Naquele vestido, ahh... sim, o vestido!
Nada no meu mundo era tão belo
Ahh...quantos ais!Muitos, mas não o bastante

Perdi-me loucamente naquela paixão
Estava cego, eu admito, mas não me importava
Mas a linda Dama de vermelho não acreditava
E o meu coração ela pediu, como prova de amor

Que pedido estranho, eu pensei
Mas dela não discordei, e fiz o que me pediu
Arranquei-me o coração... Aquele vermelho,
Que tanto me encantou, foi a ultima cor que eu vi.

Júnior, V. Aguiar de Lima
Delírios sórdidos distorcem a realidade
Vivenciam canais de rupturas lunáticas
Corrigem a vida e deixam a sanidade
A corrida de amargura foi vencida por todos
E o perdedor não será mais lembrado

Foges para longe, ó grande Insano
A estrada do Macabro já está pronta
E tu, menino Louco, descansa em tua cama
Pois como trovadores sem rumo somos

Perturbações, da Lua nos foram trazidas
E são regadas pela claridade da Lua nova
Dissertações empíricas fazem tais alusões
Como um cajado que despedaça um espelho.

Júnior, V. Aguiar de Lima.